HOME   |    HISTÓRIA   |    DIRETORIA   |    ACADÊMICOS   |    FOTOS   |    EVENTOS   |    AGENDA   |    INFORMATIVO   |    REVISTA     

Sessão Saudade

O adeus a Marcus Vinicius Quiroga

Acadêmicos que enviaram mensagens para a Sessão Saudade

“A doçura do imenso poeta, a competência do educador, o carinho do irmão, a gentileza do intelectual antenado, o companheirismo em todas as horas. Vai o meu abraço afetuoso, querido Quiroga. Muitas saudades.”

- Godofredo da Silva Neto





“Tive a alegria de conviver por vários anos com Marcus Vinicius Quiroga, sempre admirando seu talento, sua cordialidade que não refugava uma fina ironia e autoironia, sua generosidade no acompanhamento atento e no incentivo da poesia alheia. Por mais de uma vez, minha produção foi contemplada pelo olhar arguto do ensaísta Quiroga, que convivia em plena harmonia com o poeta Quiroga. Este, um poeta-crítico, na melhor lição cabralina, não cessava de reinventar-se. Com amplo conhecimento técnico, fazia questão de lançar-se a novos desafios a cada livro que escrevia, legando um conjunto poético de grande qualidade e consistência, marcado pela pluralidade temática e estilística de seus poemas.”

- Antonio Carlos Secchin
 

“Quando o Brasil está atingindo a marca de quarenta mil mortos pela Covid-19, é um consolo para familiares e amigos do professor, poeta e acadêmico da ACL Marcus Vinicius Quiroga poder homenagear e exaltar sua memória como homem de bem que cumpriu suas obrigações públicas no momento em que, desgraçadamente, nosso País sofre sua maior crise sanitária e política.”

- Paulo Roberto Pereira

“O falecimento do grande poeta e confrade Marcus Vinicius Quiroga causou profunda comoção entre seus pares. Poeta premiadíssimo, inclusive o merecido Jabuti. Quiroga nos deixou no frescor de sua existência. Perdi um grande amigo. Companheiro no Sindicato dos Escritores/RJ e meu substituto à frente da entidade. Uma perda irreparável. Fica a saudade imorredoura e sua obra que o eterniza.”

- Edir Meirelles
 

“Convivi com Marcus Vinicius Quiroga por vários anos. No Pen Clube, na ACL e em várias outras oportunidades de cunho literário e social. Era poeta de altíssima estirpe. Sua capacidade criativa e seus dotes poéticos são incontestáveis. Encantava-me sua capacidade inesgotável de trabalhar um livro inteiro sob uma mesma temática, como em “Máquinas na Pista"; admirava imensamente sua verve mordaz, a ironia fina e a visão crítica, porém bem-humorada e profunda, sobre a vida. Amigo, querido, você partiu, mas jamais será esquecido! Seus livros dormem em minha cabeceira, acalentando minhas noites."

- Tania Zagury

“Revendo minhas fotos de palestras, notei que em todas estava o Quiroga. Nunca faltava. Nos correspondíamos no Face e ele com sua brilhante inteligência e alegria fazia os dias de seus amigos mais felizes e divertidos. Vai, querido amigo, algum dia nos encontraremos.”

- Sonia Sales



 

“Marcos Quiroga foi um notável poeta e um notável cidadão.”

- Ivan C. Proença


“A morte de Marcus Vinicius Quiroga nos privou da companhia de um amigo e colega que nos envolvia com sua amizade e o exemplo de um labor intelectual permanente. Fica em seu lugar a memória saudosa de sua convivência estimulante e fraterna.”

- Reynaldo Valinho Alvarez
 
Reynaldo Valinho Alvarez dedicou uma poesia a Quiroga:
O CÁRCERE PRIVADO
Em memória de Marcus Vinícius Quiroga

1
O medo imobiliza. O mundo muda
no rosto de quem pede apoio e ajuda.
Há um monstro invisível, mas que ataca
a vítima ofegante em sua maca.
O medo vai de leito em leito, vai
e, a cada passo seu, um corpo cai
no vórtice final, no abismo extremo
em que expira, no trânsito supremo.
Que fazer? Como agir ante essa fera,
acoitada em seu canto, pronta e à espera?
Como lutar contra o fantasma absorto
no gesto de fazer do vivo um morto?
Acautele-se o pássaro em seu ninho
e o ser humano encolha-se, sozinho.
Somente o olhar pode ir agora à rua
e cada um contempla sua alma nua.
O cárcere privado nos coloca
no breu aterrador de nossa toca.
Baixa a cortina sobre o palco escuro
sem a esperança de um aplauso obscuro.
Enquanto o medo faz que o corpo trema,
nada evita que a boca chore e gema.
O cárcere privado ordenha o leite
da mágoa e da saudade, é como azeite
que condimenta a dor, o atroz veneno
que torna o mundo mínimo, pequeno
para o impulso vital que leva ao sonho
de escapar ao fim lúgubre e tristonho.

 

 

2
O lúgubre e tristonho fim assusta
até mesmo a alma forte e mais robusta.
O cárcere privado engole as almas
em meio a essas manhãs e tardes calmas
em que o medo nos fita bem nos olhos
como um navio em pleno mar de escolhos,
já prestes a romper-se no rochedo,
com a tripulação entregue ao medo.
O medo vaga e voa, é uma ave louca
que sabe ser a vida coisa pouca
para a ferocidade desse astuto
que se esconde, invisível e absoluto,
para ferir de morte o corpo exposto
à força oculta desse ser sem rosto.
O cárcere privado é a dura pena
para provar que a alma não é pequena
ante a força cruel desse carrasco
que espalha o medo, o tédio, a angústia
                                                   e o asco.
Levanta-se a alma tosca, esguia e pobre,
com o que tem de puro, forte e nobre,
para enfrentar o cerco abominável
do medo permanente e insuportável.
Há que viver cada minuto e hora,
para existir num permanente agora.
O cárcere privado é o retiro
para evitar o último suspiro.
O cárcere privado tranca a porta
da fúnebre visão da carne morta.

 
Mensagens de acadêmicos logo após a partida de Marcus Vinicius Quiroga

"Quiroga era figura de carisma e amado pelos confrades e confreiras, tendo sido o responsável pela admissão de gente boa na ACL. Fez um grande trabalho. Deixa saudade. Muita."

- Miriam Halfim

“Com muita tristeza, e lamentando imensamente a perda do grande poeta e amigo, envio a todos os meus votos de solidariedade e afeto.”

- Eduardo Coutinho

“É com profundo pesar que acabo de tomar conhecimento da morte do meu querido amigo e confrade dessa Academia, poeta Marcus Vinicius Quiroga, um dos mais férteis e inspirados poetas de sua geração. Distante do Rio e isolado em Olinda, chocado e sem palavras para expressar o quanto sinto diante desse golpe, solicito, por favor, que essa Academia, por meio de sua secretaria, faça chegar a Ana, esposa de Quiroga, nossos pêsames, meu e de Célia, minha mulher.”

- Cláudio Aguiar

“Não tive o prazer de conviver com tão querido confrade, mas tenho certeza de que, sendo amigo de todos, era pessoa maravilhosa e excelente companheiro de caminhada. Meus sentimentos à família.”

- Mary Del Priore


“Tristeza. Tristeza. Muita tristeza. Lembro-me do Quiroga me telefonando e solicitando apoio para o seu ingresso na ACL. Depois de algumas conversas, descobrimos que tínhamos estudado no Colégio de São Bento. Essa coincidência fez que com revisitássemos um período das nossas vidas. Ele ingressa na ACL e se dedica aos afazeres da academia, com brilho e talento. Morre o poeta, mas fica viva a sua obra nas nossas mentes e corações.”

- Paulo Alonso

Todos os confrades, confreiras e colegas escritores que não puderam participar desta Sessão Saudade integrarão a Sessão presencial a ser realizada logo após o retorno das atividades da ACL.

 
< Anterior Próxima >