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Sessão Saudade

O adeus a Marcus Vinicius Quiroga

Quatro lembranças do amor e do afeto

Ana Margarida Mignone, esposa

“Ainda é cedo. Ainda é silêncio e susto para mim. Talvez nunca deixe de ser. Mas como sentia meu poeta, Marcus Vinicius, “Nas rusgas do tempo, o que se configura é um modo de ser eterno”. Eterna é sua poesia, sua compreensão integral do homem e do mundo, sua capacidade de enxergar arte além do visível. Eternamente seremos um só, pois, afinal, ele sabia que “Só cabe à vida ser as palavras sempre espalhadas pelo poema” e só cabe a mim, agora, ser suas palavras, diamantes, incrustadas em nossa história, poema.”







Renata Quiroga, irmã

"Escutador sem rimador


Entre nós havia a palavra.
As rimas soltas dos seus versos
ocupavam a minha escuta
que flutuava em nossos encontros.
Hoje silêncio!
Resta ainda a potência
que se bem ouvida
que ser flor florida
ocupa o vazo
enquanto eu vazio."

Poeta e diplomata Márcio Catunda, amigo

“A TERRÍVEL AUSÊNCIA DE
MARCUS VINICIUS QUIROGA


Não sei que dia é hoje.
Não sei nem quero saber.
Só sei que estou indignado
com a vida e com a morte.
A angústia me diz que a vida
é uma megera escandalosa.
O desespero me confirma
que a morte
é uma ignomínia.
Desaparece o meu melhor amigo,
meu querido irmão
Marcus Vinicius Quiroga,
E eu já não sei o que é a realidade.
Nem sei de mim nem de nada.
Cadê o meu poeta,
o mais generoso do Rio de Janeiro?
Cadê o nosso almoço no Baixo Copa?
Cadê o primoroso ourives da palavra?
Você disse que não viajaria...
Será que isso é a arte de não se despedir?
Não sei de coisa alguma;
não sei nem quero saber.
O dia, como um camaleão
lúgubre e cínico,
faz de conta que nada aconteceu.
Há barcos no horizonte.
Aves sobrevoam o litoral.
O dia, hipocritamente azul,
faz de conta que é o mesmo,
embora as sombras da tarde já declinem.
No meu coração, a noite é de abismo”.

Escritor e poeta Augusto Sergio Bastos, amigo

"Há quase 30 anos, conheci Marcus Vinicius Quiroga, quando frequentávamos oficinas de literatura. Logo depois, trabalhamos juntos em jornais e eventos de poesia. Nessas ocasiões, tive oportunidade de constatar algumas de suas qualidades: honestidade, bom humor e sinceridade. Professor, ensaísta, crítico literário, contista e poeta publicou 25 livros de poesia e recebeu inúmeros prêmios. Felizmente, teve o reconhecimento ainda em vida. A literatura brasileira perdeu um grande poeta. Eu perdi meu grande amigo.”

Outra manifestação de solidariedade

Carlos Barbosa

“Como editor da Batel, temos uma lacuna em nosso catálogo: falta nele um livro do grande poeta Marcus Vinicius Quiroga. Mas esse era um plano que vínhamos acalentando há algum tempo, ao conversarmos sempre docemente sobre lançar o seu próximo livro pela Batel. Esses tempos estranhos acabaram com essas doces conversas, mas fica a vontade de suprir essa lacuna, fica a disposição da editora. E, mais do que perder o próximo livro, o que mais me incomoda é perder o poeta, o escritor, o homem e o amigo. Ficará seu legado, sua lembrança, sua poesia."

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